No ano de 1981, justamente nesta época, fiz uma grande reportagem fotográfica na ilha de Superagüi, então desconhecida da maioria das pessoas e que fica no litoral norte do Estado do Paraná. Passei 50 dias por lá. E fiz minha primeira exposição individual com o resultado do trabalho, na Sala Bandeirante de Cultura, que já não mais existe, em outubro de 13 a 30. À mostra deu-se o nome de SUPERAGÜI. Pode-se dizer que foi o primeiro trabalho realizado com curadoria e programação visual, aqui em Curitiba, já que as Mostras de Fotojornalismo que já aconteciam desde 1976, nunca tiveram uma pessoa específica responsável por esta parte, era sempre uma atividade coletiva, quando se tratava da curadoria e diagramação da mostra.
Pois bem, naquela ocasião eu pude, com meu patrocínio, contratar o competente design gráfico Marcos Wilmer para fazer todo este trabalho de curadoria, diagramação, criação do cartaz (que só me resta um exemplar) e acompanhamento aqui em Curitiba dos processos de revelação e cópias pois de lá eu já ia mandando os filmes, que eram revelados no estúdio ZAP (que também não mais existe) pela competência do laboratorista Antonio Alves, que depois viraria fotógrafo.
Ainda era tempo de ditadura e a ilha do Superagüi e das Peças estavam começando a ficar cobiçadas. Ali naquela região, que hoje é um Parque Nacional, teve uma colonização européia no século XIX, liderada pelo suíço Willhem Michaud e que não fosse as terríveis perseguições que ele sofreu, para o bem ou para o mal, aquela região hoje em dia seria a Manhatan (que afinal é dentro de uma ilha) do sul do mundo. Restou lá, desta época, muitos descendentes, principalmente, das famílias Michaud e Squinine e alguns resquícios arqueológicos e culturais muito mal preservados.
Em 1981 não tinha energia elétrica e o único meio de comunicação era o rádio.
Tudo isso que fiz só foi possível graças ao engenheiro e fotógrafo amador Leopoldino de Abreu Neto, que patrocinou, através de uma empresa onde era diretor, toda a minha ansiedade fotográfica no início dos anos 80 do século passado e que, aos 75 anos, infelizmente nos deixou na tristeza no último dia 1º de setembro próximo passado. Para ele é esta minha homenagem.
dona dalila - moradora da praia deserta
dona maria, "a louca da vila”
antonio michaud e os netos
casa de farinha abandonada - barbados
menina desconhecida - vila de superagüi
vila do superagüi
meninos brincando de pescar
vila do superagüi
resquício da colonização do século XIX
a única diversão era a mesa de sinuca e cachaça
vila fátima
canal do varadouro
auto retrato no carnaval - futeboal com os amigos da vila do superagüi\1990
auto retrato\1981
2 comentários:
Confesso que não ficou muito prático assim! Mas ainda não descobri como faz para disponibilizar o arquivo para download. Espero que na próxima semana isso seja resolvido.
ADOREI. O fotomail, em outro formato, entra na rede.
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